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7.5.15

impeachment mais perto

Posted: 06 May 2015 03:38 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Bruzundanga continua a mesma depois das seis horas de depoimento de Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras e do panelaço de ontem à noite contra o PT? Tudo indica que sim. Mas o espaço fica mais escancarado para forçar um impeachment ou - o que a maioria da politicagem de Brasília prefere - uma renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer. A tática nesta direção é fortalecer os indícios de que a cúpula do PMDB sabia de tudo que os diretores e conselheiros decidiam sobre negócios bilionários na Petrobras.

Outra grande expectativa é pela decisão que será tomada pelo empreiteiro Ricardo Pessoa - acusado de ser o "chefe do Clube de Empreiteiras" que assaltou a Petrobras. Se ele se mantiver em silêncio agora, e aceitar a condenação no melhor estilo do publicitário Marcos Valério no Mensalão, sem entregar ninguém poderoso, tudo fica tranquilo. Mas se Pessoa aderir à "colaboração premiada", contando o máximo que sabe e apresentando provas documentais de corrupção ao juiz Sérgio Moro, a Lava Jato pode varrer do mapa muita gente poderosa, de dentro e de fora do desgoverno federal.

A Presidenta da República foi "poupada" ontem no depoimento de "Paulinho"? Aparentemente, sim. Mas, na prática, não. Paulo Roberto alegou que nunca comentou com Dilma Rousseff sobre corrupção na Petrobras. No entanto, indagado pelo deputado André Moura (PSC-PE) - que perguntou se ele tinha autonomia para fazer contratos sem aprovação do Conselho de Administração -, Paulo Roberto foi bem claro: "Nenhum dos diretores teriam condição de aprovar contratos de forma isolada". Como Dilma presidiu o Conselho da Administração da Petrobras na época dos escândalos, acaba contaminada por osmose e simbiose...

O santo nome de Luiz Inácio Lula da Silva sequer foi mencionado na audiência - certamente por força de algum "acordo". Paulo Roberto Costa também reafirmou que nunca esteve em nenhuma reunião com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Só confirmou que houve um pedido de R$ 2 milhões para a campanha da presidenta Dilma. Porém, o dinheiro seria da cota do PP. O delator premiado da Lava Jato, que movimentou um esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da petrolífera controlada pela União, só fez questão de citar, nominalmente, seus principais parceiros políticos de negociatas.

O primeiro detonado por Paulo Roberto foi o falecido José Janene (PP), seguido dos seus herdeiros muito vivos: o deputado Mário Negromonte e o senador Ciro Nogueira. Do PMDB, falou dos "padrinhos", senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional, e do deputado Aníbal Gomes. Do PT, citou apenas o senador fluminense Lindberg Farias e o pernambucano Humberto Costa. Por fim, ainda colocou na lista negra o senador peemedebista Romero Jucá e o ex-ministro das Minas e Energia, Edson Lobão. Entre os 52 políticos investigados na Operação Lava Jato, Paulo Roberto confirmou que esteve em situações irregulares com pelo menos 29 políticos: 13 do PP, oito do PMDB, cinco do PT, dois do PSB e um do PSDB.   

Paulo Roberto Costa deixou claro na CPI da Petrobras que ele e Paulo Duque (ex-diretor de Serviços, também réu e preso na Lava Jato) sabiam do conhecimento de cartel de empresas que concorriam a licitações da estatal: "Fomos coniventes. Nosso erro foi saber que havia o cartel e não ter feito nada". Mas "Paulinho" (como Lula sempre o tratou nos bastidores) ponderou: "A Lava Jato não é o maior problema da Petrobras, mas a gestão política que fazem da companhia. Ela é uma mácula dentro da Petrobras e dentro do Brasil, mas é só 10% do rombo que foi dado na companhia nos últimos 5 ou 10 anos com a defasagem de preço dos derivados". 

Paulo Roberto Costa se confessou arrependido do que fez. Transferiu a culpa de tudo o que aconteceu para a classe política: "Me arrependo. Entrei num processo de areia movediça. A origem da corrupção não foi na diretoria da Petrobras. Foi aqui em Brasília. Abri minha vida não só para o Brasil mas para o mundo. Se pudesse voltar ao passado, não faria o que fiz. Nada disso aconteceria se não fossem os maus políticos. A origem de tudo isso que aconteceu fossem os maus políticos. Vocês podem fazer uma ruptura de um sistema podre. Estou dando a minha contribuição com muito sofrimento. Eu quero ter um país melhor para o futuro. Eu estou pagando por isso".

Costa também foi questionado pelo deputado André Moura (PSC-CE) sobre o motivo de sorrir em vários momentos do depoimento e tentou vender sinceridade: "Não tenho felicidade nenhuma. Eu tenho sofrimento meu e da minha família. Tem um trecho, da oração de Santa Terezinha, se vossa excelência não conhece vale a pena conhecer. Que Jesus Cristo nos deu o dom da alegria para que nos momentos difíceis tenhamos condição de sorrir e crer mesmo quando houver escuridão dentro de nós". O deputado reagiu: "Se a Petrobras passa pelo que passa hoje, o senhor é um dos grandes responsáveis. Não venha citar oração que, com certeza, não comove a mim e nem ao povo brasileiro".

No final do depoimento, Paulo Roberto Costa ressaltou que o esquema de corrupção na Petrobras só foi descoberto graças a sua delação premiada: Tudo isso que hoje se sabe, que o juiz Sergio Moro sabe, que vossas excelências sabem, começou por mim. Quando eu falei pela primeira vez no Ministério Público, eles não tinham ideia do volume das coisas. O juiz Sérgio Moro não tinha ideia do volume que está acontecendo. E isso hoje é algo grandioso. Romper um sistema podre é esse sistema dos maus políticos, das empresas que erraram. Estamos com condições de melhorar o país. Estou dando aqui uma colaboração, não estou me eximindo da responsabilidade, mas estou dando uma colaboração pra que a gente tenha no futuro um país melhor do que temos hoje".

Bom de conta

Paulo Roberto Costa calculou que o "rombo" da Lava Jato é 10% do rombo provocado pela defasagem da gasolina:

"O governo segurou o preço do diesel, o preço da gasolina, e esses valores possivelmente deram rombo de R$ 60 milhões, R$ 80 bilhões. Vamos imaginar que seja R$ 60 bilhões. A Lava Jato com R$ 6 bilhões dá 10% do rombo da Petrobras".

Essa é a tese de vários investidores que processam a Petrobras nos EUA...

Pressão pelo impeachment

Uma reunião para definir a data do pedido de impeachment de Dilma Rousseff acontece agora de manha, as 11h 30min, em Brasília.

Por isso, começou uma mobilização na internet para pressionar parlamentares a protocolarem logo o tão esperado pedido, marcando a votação para o dia 27 de maio.

Cidadãos já se organizam para inundar a caixa de e-mail dos seguintes deputados e senadores para forçá-los a agir mais depressa.

Distribuindo...

Rogério Vilela explica como o PT faz a distribuição de renda no Brasil


Panelaço traduzido


O presidente nacional do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), traduziu muito bem o significado do panelaço de ontem à noite, durante a exibição do programa nacional do Partido dos Trabalhadores em rede nacional de rádio e televisão.

Agripino avaliou que o protesto é a prova de que, para o povo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o PT são uma coisa só:

"Que papelão! Eles não conseguiram escapar do panelaço. Só conseguiram adiar do dia 1º para o dia 5 de maio. As vaias são a prova de que, para o povo, Lula, Dilma e o PT são uma coisa só".

Resumindo: a maioria das pessoas está de saco cheio com Lula, Dilma e o PT...

Bengalada

Eduardo Cunha deu um golpe de mestre em Dilma e na base aliada.

A Câmara aprovou ontem a chamada PEC da Bengala, que adia de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros dos tribunais superiores.

A mesma PRC retira da Rainha Dilma Rousseff a prerrogativa de indicar cinco ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF) até o fim do seu governo.

Como a proposta já foi aprovada pelo Senado e em um primeiro turno na Câmara, será imediatamente promulgada.

Assim, os ministros Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber - que se aposentariam durante o mandato da Dilma - ganham o direito a continuar no empregão "vitalício", sem precisar sair aos 70 anos de idade.
Pode tudo

Depois da bengalada, o Palhasso do Planalto já não consegue prever o que acontecerá com a votação da MP 665, que foi adiada ontem, e está prevista para começar a partir do meio-dia desta quarta-feira.

A MP endurece as regras para concessão de seguro-desemprego e abono salarial.

Como sua aprovação é fundamental para o arrocho fiscal do Joaquim Levy, a inconfiável situação peemedebista e a "oposição" têm tudo para se juntar e fazer o contrário do que desejam Dilma e sua perdida equipe econômica...
Plágio penitenciário


Numerologia do crime 


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III) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!


O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 6 de Maio de 2015.
Posted: 06 May 2015 03:35 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Estrela na constelação do Escorpião (local apropriado para premiada delação) agora acolhe a Anta, porque cessa tudo o que a antiga musa canta.

“Não mais, musa, não mais, que a lira
tenho destemperada e a voz enrouquecida,
e não do canto, mas de ver que venho
cantar a gente surda e endurecida.” Camões

Terremotos, tsunamis e vulcão, o seu estrago é fichinha se comparado ao do petrolão.

E vem a nossa santinha, contar-nos da carochinha um conto já manjado pra quem é gato escaldado.

A avalanche não para até que se desmanche o reino da fantasia de quem nos lesar queria.

Traídores a consciência plena, idiotas, afoutos e ladrões, fugirão como roedores de um faminto gatão que acena pra tia felina (dona onça) de ouvir lorotas já farta, da Anta, do vampiro e do molusco em seu último suspiro.

Se arrependimento matasse, de mexer nestes vespeiros, conselhos viriam a calhar por vez primeira, do mago da cabeleira.

Se remédio não houver, fuja, se puder, pra ilha do Tristão da Cunha, mais distante do que se supunha, e viva como albatroz-errante (Diomedea exulans) (ou erranta?).


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 06 May 2015 03:34 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Helio Duque

Na velha Grécia, Aristóteles ensinava que a política tem por objetivo a felicidade humana, construindo instituições capazes de garantir vida feliz ao cidadão. E mais: só pode ser feliz um Estado edificado sobre a honestidade. Infelizmente no Brasil ela transformou-se na antítese. A demagogia, o populismo, a incompetência e o dinheiro abundante e corruptor passaram a dominá-la, em segmentos majoritários. Os bons políticos, éticos e conscientes dos princípios aristotélicos, com visão abrangente do País e vocacionados a servir ao bem comum, são torpedeados e marginalizados. Gerando o empobrecimento que se expressa pela rusticidade no debate público e em partidos sem ideologia, com resultados trágicos para a cidadania.

Em compensação, o mercantilismo de ocasião, sem idéias, prolifera de maneira agressiva. O empreendedorismo na fundação de grêmios partidários é negócio muito rentável na economia brasileira. É atividade comercial de lastro seguro, onde a margem de risco é nenhuma. A lucratividade é assegurada com valores ascendentes. Aventureiros profissionalizaram-se na obscena atividade de criar partidos. Para benefício próprio alguns e outros para partilhar o poder com objetivo antirepublicanos. Basta observar a indigência mental e cultural de alguns dos “dirigentes partidários”, com acesso garantido nas televisões falando e convocando a adesão de filiados.

Recentemente a Lei Orçamentária foi estuprada, por emenda congressual, garantindo milhões de reais às legendas partidárias. O Fundo Partidário receberia originalmente em 2015, R$ 289,5 milhões. Teve o valor triplicado para R$ 867,5 milhões. Todos os partidos registrados na Justiça Eleitoral receberão proporcionalmente o seu “quinhão milionário” na partilha do dinheiro público. Isto em uma conjuntura onde imperativo ajuste fiscal está sendo feito para evitar a falência das contas públicas. Recursos para a educação, a saúde, a segurança, a infraestrutura e setores afins foram sacrificados e reduzidos ou contingenciados. Inacreditável.

O estimado amigo Miro Teixeira, parlamentar que honra o Congresso Nacional, tem opinião clara: “O dinheiro do Fundo Partidário estragou os partidos políticos e criou uma volúpia de criação de novos partidos. Dessa maneira, sempre vai ter de aumentar o fundo, o que é absolutamente insano. Sem falar que esses recursos são negociados em troca de secretarias, para fazer coligações entre contrários, para repartir o governo e em seguida lotear o poder”. Miro Teixeira entende que o chamado Fundo Partidário nem deveria existir, mas sim o estabelecimento de um teto para gastos em campanha. Entende que os partidos deveriam ser financiados pela contribuição dos seus filiados.

A rigor, a presença do poder econômico, monitorando a representação popular, adonou-se na própria disputa eleitoral. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), baseado na prestação de contas das campanhas dos candidatos, em todos os níveis, em 2014, registrou a astronômica cifra de R$ 4,92 bilhões. Vale dizer, eleição com custo de R$ 5 bilhões é matriz de corrupção. São números oficiais, não sendo computados os custos “extraoficiais”, o famoso caixa 2, que deve investir outros tantos bilhões de reais.

Os partidos e os candidatos asseguram que esses recursos se originam da doação de empresas. Em verdade, é investimento seguro garantidor de vantagens futuras, agora tão bem aclarado pela Operação Lava Jato. Demonstrando que o PPE (Partido do Poder Econômico) é sustentador e manipulador das eleições brasileiras. É nesse cenário escandaloso que a reforma política passou a frequentar a agenda do legislativo e do executivo.

O casuísmo na formulação das propostas reformistas se expressa nas diferentes correntes partidárias. Faticamente o coordenador da reforma seria o vice-presidente da República, Michel Temer, igualmente presidente do conglomerado PMDB. Resta indagar se ele pretende enfrentar a deformação corruptora do poder econômico nos partidos e nas eleições. Ou vai se pautar no ensinamento do italiano Giuseppe Lampedusa, para quem em certas conjunturas é preciso mudar para que tudo permaneça como está.

Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
Posted: 06 May 2015 03:33 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç

Imaginemos um país com mais de 500 anos de existência, independente há mais de 190. 

Sua primeira divisão de poder, ainda colônia, consistiu  no sistema de capitanias hereditárias concedidas a amigos do rei e que, com algumas modificações, é o que ainda hoje vigora. 

Foi o último país das Américas a abolir a escravidão e substituiu a monarquia por uma república mal resolvida e, por conseguinte, com uma história subsequente tumultuada, durante a qual os períodos de democracia foram poucos e  acidentados, sendo o atual um dos mais longos, embora não passe, mesmo assim, de um regime periclitante. 

Proclama ao mundo que não é racista mas é, e possui uma sociedade que embandeira ao mundo a cordialidade do povo, conforme imagem criada por historiador famoso, ascendente de poeta contemporâneo, baluarte da esquerda mas com residência quase fixa em Paris. No entanto, exibe taxas de homicídio  maiores que o número de mortes em muitas regiões conflagradas por guerras e terrorismo, mundo a fora. 

Possui hoje um classe política enferma, com oposição de conveniência marcada por troca de favores, segundo velho político ex-militante revolucionário em seu país e que acaba de entregar o poder ao sucessor. 
Seus eleitores elegeram, há mais de doze anos, no que se configurou mais tarde como a maior armadilha eleitoral de todos os tempos, um grupo partidário empapado de ideologia esquerdista cabocla e que, visando à manutenção do poder a todo custo, criou um ambiente de corrupção nunca visto e arruinou a principal estatal, outrora orgulho do povo. 

Para se eleger no quarto mandato, tal partido realizou uma campanha cheia de mentiras e quando a realidade se impôs, os eleitos foram obrigados a mudar às pressas a lei que controla os gastos, o que permitiu verificar que a economia estava num beco sem saída, criando consequências preocupantes sob forma de desemprego e inflação. 

Hoje esse país, que existe, encontra-se num impasse e tenta evitar mais 4 anos de desgoverno mas encontra oposição  por parte de alguns juristas aposentados que, num advoguês circular,  afirmam ser necessária mais materialidade para iniciar o processo de impedimento, clamado pela maioria da população.

Talvez estejam aguardando a hecatombe final e material. 


Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Posted: 06 May 2015 03:32 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ricardo Kotscho

Fiquei triste ao ver e ouvir o discurso de Lula neste 1º de Maio da CUT, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Basta rever as imagens na internet. Em toda a sua longa trajetória, do sindicato ao Palácio do Planalto, Lula nunca ficou tão isolado num palanque, sem estar cercado por importantes lideranças políticas, populares e sindicais.

A presidente Dilma já tinha avisado que não viria, mas desta vez nem o prefeito Fernando Haddad apareceu. Só havia gente desconhecida a seu lado e, ainda por cima, um deles segurava o cartaz em que se lia "Abaixo Plano Levy - Ação Petista", mostrando o descompasso entre a CUT, o partido e o governo.

Também não me lembro de ter visto Lula falando para tão pouca gente, e tão desanimada, num Dia do Trabalhador. Não havia ali sinais de alegria e esperança em quem o ouvia, como me acostumei a acompanhar desde o final dos anos 70 do século passado, nas lutas dos metalúrgicos no ABC.

Lamento muito dizer, mas o discurso de Lula também não tem mais novidades, não aponta para o futuro. Tem sido muito repetitivo, raivoso, retroativo, sempre com os mesmos ataques à mídia e às elites, sem dar argumentos para seus amigos e eleitores poderem defendê-lo dos ataques.

Não que Lula deixe de ter caminhões de razões para se queixar da imprensa, desde que o chamado quarto poder resolveu assumir oficialmente a liderança da oposição e fechar o cerco contra os governos petistas. Só não podemos esquecer, porém, que foi com esta mesma mídia, com os mesmos donos, com as mesmas elites conservadoras, que nunca se conformaram com a mudança de mãos do poder, que o PT ganhou sucessivamente as últimas quatro eleições presidenciais.

Ao vê-lo e ouvi-lo agora, tive a sensação de estar assistindo ao ocaso de um ciclo mágico, que levou o líder operário ao poder e promoveu profundas transformações sociais em nosso país. Fica difícil até acreditar que, há apenas pouco mais de quatro anos, Lula deixava seu segundo governo com 80% de aprovação popular, aplaudido e reconhecido em todo o mundo como um líder vencedor.

Àquela altura, Lula não precisava fazer nem provar mais nada. Já tinha passado para a história, em lugar nobre, e precisava apenas cuidar da saúde e da própria biografia. Prova do seu prestígio, elegeu e ajudou a reeleger sua sucessora.

Nos últimos tempos, porém, com o profundo desgaste sofrido pelo PT após os casos do mensalão e do petrolão, que abalaram o partido da estrela, Lula parece ter perdido os dons do mito que construiu ao longo das últimas três décadas. Política também é feita de símbolos e tornou-se simplesmente impossível descolar um do outro: para o bem ou para o mal, Lula é o PT e o PT é Lula.

Apesar do crônico conflito do PT com a mídia, que se transformou em confronto aberto e agora caminha para uma guerra de extermínio, até seis meses atrás, Lula ainda era apontado em todas as pesquisas, com larga vantagem sobre os demais, como o mais popular presidente da nossa história, em todos os tempos.

Até seus adversários admitiam que o "Volta, Lula" seria só uma questão de tempo. Por isso mesmo, ele entrou agora na mira da aliança midiática-política-jurídica formada para impedir que isso aconteça. Logo descobriram que de nada adiantava jogar todas as fichas das oposições para derrubar Dilma se, em caso de novas eleições, o ex-presidente puder ser candidato.
Nas mais recentes, Lula já não lidera as pesquisas para 2018, em várias regiões do país. Claro que a situação pode mudar até lá, mas a volta de Lula tornou-se bem mais difícil. Pode até chegar à vitória, nunca se sabe, mas um passeio, como se previa, não será mais.
O que aconteceu?
Como seu velho amigo e parceiro de tantas campanhas políticas, percorrendo várias vezes este nosso imenso país de ponta a ponta, também estou em busca de uma resposta. Talvez ele próprio não a tenha. A última vez que nos falamos, por telefone, foi às vésperas da eleição do ano passado. Parecia confiante na vitória do PT, como sempre.

De lá para cá, tanta água passou por debaixo da ponte, em tão pouco tempo, que, em algum lugar da estrada, perderam-se a velha confiança e a capacidade de dar a volta por cima, sem que Lula consiga encontrar um novo discurso capaz de mobilizar os jovens eleitores e os velhos companheiros que ficaram pelo caminho.

Vida que segue.


Ricardo Kotscho é Jornalista, um dos melhores repórteres do Brasil e amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva. Originalmente publicado no Balaio do Kotscho, no portal R7.
Posted: 06 May 2015 03:31 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Elio Gaspari

Se os órgãos de defesa do consumidor tivessem poder, o marqueteiro João Santana seria proibido de exercer a profissão pela propaganda enganosa que foi a campanha da doutora Dilma à reeleição. Noves fora isso, há um cheiro de satanização no inquérito que a Polícia Federal abriu em cima de sua empresa.

Pelo que se sabe, ele se tornou suspeito de lavar dinheiro para o PT. O primeiro lance dessa lavagem estaria no fato de ter trazido para o Brasil o equivalente a R$ 33 milhões ganhos na marquetagem da campanha do presidente José Eduardo dos Santos em Angola. Santana atravessou o oceano para escorregar numa casca de banana em Angola, país governado por Santos desde 1979. A filha do doutor é a mulher mais rica d'África, com uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões. Se isso fosse pouco, em Angola estão fincadas estacas das grandes empreiteiras apanhadas na Lava-Jato.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras desconfiou do internamento do ervanário e comunicou o fato à Polícia Federal. Falta dizer qual é a base da desconfiança. Santana trouxe o dinheiro para o Brasil. Fez isso pela rede bancária, de acordo com as normas do Banco Central e pagou R$ 6,29 milhões de impostos, equivalentes a 20% da transferência. Seria coisa “atípica”, porém é lisa e benéfica. Nada a ver com os R$ 10,5 milhões pagos em 2003 pela Caixa Dois do PT ao marqueteiro Duda Mendonça e remetidos para uma conta num paraíso fiscal das Bahamas. São casos diferentes e até mesmo opostos.

A transação seria um disfarce. Em tese, as empreiteiras deram o dinheiro a Santana para cobrir os serviços que prestara no mesmo ano ao candidato petista Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo. Ao final da campanha, o PT lhe devia R$ 20 milhões, pagos em parcelas mensais de R$ 2 milhões. Documentada a quitação, a suspeita fica capenga. Quem quiser continuar duvidando pode achar que a transferência do dinheiro angolano foi atípica para os próprios padrões de Santana. O dinheiro ganho em outras campanhas foi deixado em El Salvador e na Argentina. A empresa de Santana tem ainda uma filial na República Dominicana. Nenhum dos três países pode ser considerado uma paraíso fiscal. Continua faltando um fiapo de prova do disfarce.

A linha que separa uma investigação de uma acusação é tênue e atravessá-la é perigoso. As diligências da Polícia Federal e do Ministério Público na Operação Lava-Jato prestaram um enorme serviço ao país e é de se esperar que façam mais. Mesmo assim, a transformação de uma suspeita num inquérito que ainda não ouviu Santana e, a esta altura, nada parece ter acrescentado à narrativa, ajuda quem joga com as pretas. Lances desse tipo tumultuam as investigações e beneficiam culpados. Por exemplo: o policial pulando o muro da casa de João Vaccari Neto, que jamais se recusou a atender intimações policiais, ou a prorrogação da prisão de sua cunhada, confundida com a irmã. Ou ainda a afirmação de que as anotações de “PB” e “0,1” num caderno do “amigo Paulinho” indicavam o pagamento de uma propina de R$ 1 milhão ao ministro Paulo Bernardo.

Talvez “PB” fosse o Papa Bergoglio, porque Paulo Bernardo não foi denunciado pelo Ministério Público. Às vezes o que parece ser a cereja do bolo é apenas um caroço vermelho.


Elio Gaspari é Jornalista. Originalmente publicado em o Globo em 6 de maio de 2015.

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