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15.4.15

DILMA EM APUROS

Moro, que prende Vaccari, admira jurista indicado por Dilma e Lewandowski para vaga de Barbosa no STF


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Na atual conjuntura de impasse institucional, com alto teor de insatisfação popular e risco de ruptura, faz pouca ou nenhuma diferença que Dilma Rousseff tenha finalmente indicado para o Supremo Tribunal Federal um jurista que tenha feito campanha aberta para ela na eleição de 2010 ou que seja apadrinhado do Presidente Ricardo Lewandowski. Catedrático de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, professor visitante do King’s College, na Inglaterra, e pesquisador convidado do Instituto Max Planck, na Alemanha, o advogado Luiz Edson Fachin - indicado para a vaga do aposentado Joaquim Barbosa - também contaria com a grande admiração de outro ídolo nacional: o juiz Sérgio Fernando Moro, da Operação Lava Jato. Até aí morreu Neves e Vaccari foi preso...

Fato republicanamente gravíssimo é que Dilma Rousseff, Presidenta que tem sua ação terceirizada pelas crises política e econômica, demorou oito meses e meio para nomear o 11º integrante do STF. Duro é sermos obrigados a escutar no noticiário amestrado da mídia que Luiz Edson Fachin vai integrar a primeira turma do Supremo, e não vai julgar processos da Lava Jato... Claro, o STF já tinha dado o golpe interno da indicação de José Dias Toffoli - de reconhecido DNA petista - para cumprir a missão... Nos meios jurídicos, entre juízes, desembargadores e grandes advogados, a aposta é que o Supremo considerará "falta de provas" para condenar a turma com foro privilegiado. A previsão é que a tal "teoria do domínio do fato", que valeu no julgamento do Mensalão, não se repetirá no do "Petrolão".

Se não for impedida ou renunciar (risco concreto existe), Dilma Rousseff ainda fará seis nomeações para o STF. Além da vaga deixada por Barbosa, cinco ministros completarão 70 anos de idade e, ficam obrigados a se aposentar do tribunal: Celso de Mello, Teori Zavascki, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Lewandowski. Na atual composição do STF, apenas três ministros não foram indicados pelos governos do PT: Celso de Mello (escolhido por José Sarney), Marco Aurélio Mello (por Fernando Collor de Mello) e Gilmar Mendes (indicado por Fernando Henrique Cardoso).

A nomeação de Fachin é imprescindível para que o STF retome o julgamento das perdas sofridas pelos correntistas em planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990. Luiz Fux, Carmem Lúcia e Luis Roberto Barroso se consideraram impedidos de votar o assunto polêmico. Sem quórum, o STF nada decide... Vergonhosamente, temos 400 mil processos sobre o mesmo assunto com a tramitação suspensa em tribunais de todo o país desde 2010. A decisão do Supremo terá repercussão geral, valendo para todos os poupadores que ingressaram com ação na Justiça. Em caso de derrota, os bancos teriam de desembolsar R$ 150 bilhões. Os banqueiros vendem a imagem caótica de que a decisão poderia causar colapso no sistema financeiro. As associações de consumidores avaliam que o impacto seria de "apenas" R$ 2,5 bilhões.

O problema dos bancos já causa impacto internacional. Agências de risco transnacionais já advertem que as instituições financeiras no Brasil não vão assim tão bem das pernas como parecem, apesar dos repetidos recordes de lucros com a farra dos juros altos e das tarifas escorchantes. O raciocínio lá de fora é que a crise econômica interna aprofunde o endividamento das famílias brasileiras, gerando uma "bolha". Os números respaldam a advertência externa. Em março, aproximadamente 54,7 milhões de consumidores brasileiros estavam com os nomes negativados - inscritos nas listas negras dos Serviços de Proteção ao Crédito. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). 

A crise econômica, mais que a política ou o estouro permanente de escândalos de corrupção, é sempre o fator decisivo para derrubar governos. Eis a ameaça concreta para Dilma. Na hora do "pega pra capá" ou da "onça beber água", amigos ou afilhados em supremas cortes não salvam ninguém... Esta regrinha da História costuma ser infalível...

Teje preso, Vaccari

O Secretário Nacional de Finanças do PT começa a acertar as contas com a Justiça Federal...

A Polícia Federal acaba de prender João Vaccari Neto, por ordem do juiz Sérgio Fernando Moro e a pedido do Ministério Público Federal.

Será que o PT vai resistir a mais este golpe imposto a sua cúpula pela Operação Lava Jato?

Que vergonha


Ofensiva?

O PSDB pretende entrar com uma nova ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o uso dos Correios na campanha eleitoral.

Também promete apresentar uma ação contra a CGU na Procuradoria Geral da República sobre denúncia de que o órgão não teria investigado denúncia de empresa holandesa sobre pagamento de propina na Petrobras.

Os tucanos também farão um requerimento na CPI da Petrobras para que uma comissão de cinco parlamentares viaje ao Reino Unido para ouvir, em depoimento formal, Jonathan David Taylor, o ex-diretor da SBM offshore, que acusa a CGU de ter segurado as investigações.

Protesto de hoje

A Aliança Nacional de Movimentos — que integra o Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre , Diferença Brasil e outros 17 movimentos das manifestações do 15 de março e 12 de abril — promove nesta quarta-feira ao meio dia, na Praça dos Três Poderes, um ato para a leitura da Carta do Povo Brasileiro ao Congresso Nacional.

Depois do evento, os ativistas serão recebidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e por lideres de todos os partidos na Câmara e Senado.

A Carta contém todas as reivindicações dos movimentos nas ruas: impeachment da presidente Dilma Rousseff, reforma política, entre outras reivindicações.

Sem conversa

O presidente do PSDB, Aécio Neves, avisou ontem que está adiada sine die aquela conversinha que o vice-Presidente Michel Temer teria com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso:

"Nesse momento qualquer conversa vai na direção oposta do que estamos construindo, que é o enfrentamento a esse governo que usou de forma criminosa o estado para beneficiar um projeto de poder".

Impeachment na pauta?

Aécio ressaltou que avaliar a possibilidade de impeachment da presidente Dilma não é golpe, é uma previsão constitucional e não significa que não pode ser analisado:

"Não fechamos a porta para nenhuma alternativa. Mais de 60% dos brasileiros defende o impeachment. Institucionalmente estamos discutindo todas as alternativas e preferimos entregar esse estudo nas mãos do jurista Miguel Reale. Ele está avaliando todas as denúncias para ver se já há caracterizado o crime de responsabilidade da presidente".

Por enquanto, só quem fechou a porta sobre impeachment de Dilma é FHC - que sempre descarta e se diz contra tal possibilidade...

Para quem acredita no Datafolha...

Lula empataria tecnicamente com Aécio Neves, em uma nova eleição presidencial feita agora.

O senador tucano ficaria com 33% dos votos, Lula teria 29% e Marina Silva, 14%.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa aparece com 13% (número que só pode ser uma sacanagem da estatística com o PT).

PT definido no passado

Nosso historiador Carlos I.S. Azambuja faz uma lembrança importante:

"O governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada.Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado. Não mais representarão o povo, mas a sí mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana".

Ou seja: há cerca de 150 anos, Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876) definiu o que seria o Partido dos Trabalhadores...

Os caras piraram?

O Globo informa: "Músicas de Chico Buarque, bateria de escola de samba, dramatização sobre o fim do regime militar e, de repente, a projeção de uma foto no palco mostrando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula como bonecos enforcados".

"A cena, que lembra a malhação do Judas, aconteceu em um protesto recente contra o governo e ganhou, inexplicavelmente, espaço na peça teatral apresentada nesta terça-feira durante o Congresso Nacional de Metalúrgicos da CUT, em São Paulo, acompanhada de perto por Lula".

"Atores do espetáculo amador disseram que a imagem lembrava os protestos recentes, mas que não concordavam com os manifestantes que pedem a saída da presidente Dilma do cargo".

Traduzindo: a metáfora do enforcamento da dupla Dilma-Lula em festinha da CUT foi um gol contra absoluto...
Pânico na Blogsfera


Maçons na rua de novo


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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!


O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 15 de Abril de 2015.

A Anta Albina


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Em suas andanças tercermundistas a Anta fingiu que ouviu várias sugestões.


Sobre reforma política aconselharam-na a trocar o nome dos partidos:

PTrambique
PMáguadeBiD
PSDeBosta
PanDEMonios
PTBolsadegrife
Psolouchuva
CaiunaRedeépeixe, etc.


Pra dialogar com os descontentes: mão estendida  nas fuças até quebrar os dentes.

Pra lidar com a turba que as ruas inunda: aumento de imposto e pé na bunda.

Pra lidar com a imprensa que finge que o povo não pensa: verba publicitária e redação otária.

Pra lidar com a dona onça: impossível, já queimou o filme e o fusível.

E por causa do prefeito, que diminui o carroçável leito, se enfurece o paulistano, o que lhe trará um grande dano.

É esta a triste sina da velha anta albina.

Se não pedir para sair, vão sair com ela.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

I can´t Breath - Carta aos Grandes Movimentos


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Milton Pires

Prezados,

Kim Kataguiri – Movimento Brasil Livre
Marcelo Reis – Revoltados Online
Rogério Chequer – Vem pra Rua.

Sou um intervencionista! Por favor não interrompam a leitura aqui. Prometo que não vou colocar ninguém no pau de arara, dar choques elétricos ou fazer pessoas desaparecerem. Nosso diagnóstico para situação do Brasil é muito parecido; nossas soluções é que são diferentes. Não escreverei sobre “soluções”. Meu objetivo aqui será outro.

De tudo que já foi dito depois do dia 12 de abril o mais importante, o fundamental, foi apresentado pelo historiador Marco Antônio Villa: o PT não pode “respirar”. Se ele o fizer, ficará no poder para sempre. Concordando plenamente com essas palavras e mesmo sabendo que vocês já estiveram em contato com o Senador Aécio Neves hoje, preocupa-me, e muito, determinadas manifestações vindas dos seus grupos e também de formadores de opinião que os apoiam e que fazem questão de dizer que “políticos não são bem vindos nas manifestações”.

Pergunto-lhes o seguinte: não é de vocês o caminho da lei e da ordem? Não pertence aos movimentos que vocês coordenam a bandeira da institucionalidade e a ideia de que, com todos os defeitos, as instituições ainda estão funcionando? Se algum, dentre vocês, acredita que os políticos não são bem vindos o que os diferencia de mim e dos demais intervencionistas? Onde e quando vão aparecer os senadores Aécio Neves e Álvaro Dias nas manifestações? E o grupo “ético do PMDB” gaúcho? E o Senador Pedro Simon? Em Porto Alegre é unicamente Marcel Van Hattem que pode subir no carro de som?

Se vocês realmente não querem uma intervenção militar e se, como diz Olavo de Carvalho, não devemos pedir por ela, se ela é um risco e um retrocesso, uma porta para “ditadura”, pergunto o seguinte: que negócio é esse de não querer políticos nas manifestações?

Meus amigos, eu não conheço, em toda história das democracias, em todos os lugares e épocas, uma única situação, uma só, em que milhões de pessoas tenham saído às ruas pedindo a saída de um presidente da república sem apelar para o seu Exército ou para os seus políticos. A única exceção são aquelas situações revolucionárias. Nessas sim, não se espera por militares ou políticos. Vocês são revolucionários? Se forem, desconsiderem tudo que estou escrevendo.

Afirmo ser urgente que vocês de dirijam à Brasília. Impeachment passa por votação no Congresso. Quem vai representar esses movimentos lá??? O que está sendo esperado? Que os deputados e senadores façam o curso (que eu mesmo gostaria de fazer) do Olavo de Carvalho?

Senhores, o PT não deve sangrar. Deve ser esmagado, asfixiado e sufocado antes de ser varrido para sempre da História Política do Brasil. Isso deve ser feito rápido e de forma a evitar que a “oposição” tome a mesma atitude covarde de 2005 trocando por cargos o apoio à permanência desses marginais no governo federal.

Vocês são pelo impeachment; nós pela intervenção. Vocês representam o canal de comunicação com o Congresso; nós com as Forças Armadas. Nós somos aqueles que podem se dar ao “luxo” de dizer que a “democracia acabou” e que “todos os políticos não prestam”; mas vocês NÃO!

Cumpram, por favor, com seu papel e tragam para as ruas como sendo de “direita” os sociais democratas que deixaram os marginais do PT assumirem. Dilma cai e Temer assume. Ninguém ficará satisfeito, mas o PT terá saído, senão do poder, pelo menos do Governo. Duzentos milhões de brasileiros esperam ver o PT dizendo que “não pode respirar”. Executem o papel de vocês. As forças armadas executarão o dela.

Em 17 de julho de 2014, em Nova York, Eric Garner foi literalmente assassinado gritando “I can't breathe”. Não havia absolutamente nenhuma necessidade daquela barbaridade, daquela covardia ter acontecido. O PT precisa ser asfixiado e sufocado até não se mexer mais e ninguém está, até agora, disposto a fazê-lo gritar que não consegue mais respirar.


Milton Simon Pires é Médico.

Inflação Política e Recessão de Representação


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão

O caos da democracia latino americana pode ser definido como a inflação política combinada com a recessão na representação da sociedade livre e soberana. Os dois piores horrores simultamente acontecem no campo político e econômico.

Muitos políticos e partidos os quais inflacionam o campo minado e doutro lado uma lacuna forte e um espaço impreenchível de falta de identidade com a soberania popular. E que todos se preparem para o ajuste fiscal e reajuste de preços, tudo contaminado por centena de posições pretéritas erráticas, as quais conduziram o Brasil para uma verdadeira encruzilhada.

Concedidas migalhas de direitos em todos os aspectos da vida nacional, mas o fundamental seria um equilíbrio social e menor desigualdade entre a população, acertamento esse somente possível mediante um Estado justo e que sirva de termômetro para a tributação dos desequilibrios entre as grandes empresas e as microempresas.

Enquanto esse caminhão enorme chamado Brasil desce a ladeira abaixo, sem freio de pé e de mão, a população sai as ruas em menor numero. Mas a leitura que pode ser feita na oportunidade diz respeito ao reclamo e descontentamento geral.

Ninguém poderia imaginar que houvesse tanta transformação, mas sem sombra de dúvida, para pior. Eis que se perde o norte da política econômica, com o aumento da moeda estrangeira e a desvalorização do combalido real.

Muitos políticos inflacionam a vida pública e não exercem a representação, mas sim seus próprios interesses, além do que a recessão, por outro lado, se mostra pelo distanciamento entre o eleitor e eleito. A maioria já se esqueceu em quem votou e notadamente no legislativo se perde o foco, somente retomado daqui a 4 anos nas próximas eleições.

O sistema canhestro de representatividade deveria perserguir o recall, ou seja, não há mandato determinado. A cada dois anos a população é convocada para um plebiscito. Se não houver mais de metade mais um voto, o eleito perde sua credencial e convoca novas eleições.

Além do que setorizar a representação é essencial, mais ainda em grandes cidades nas quais o contato é diminuto e se o cidadão quiser visitar o parlamento raramente o parlamentar o receberá, ainda que se trate da casa do povo, exceto por algum interesse que fusione a vontade entre ambos.

A América Latina, na sua maioria, está contaminada pela falta de confiança e credibilidade dos seus políticos, os quais pendem para a esquerda, mas fazem governos de concessões até destranbelarem o caixa, e mudar
radicalmente a ideologia em ajustes que desajustam a vida da população.

Esse emaranho os torna dependentes do dinheiro estrangeiro e quase sempre presas fáceis do capital volátil de fundos e entidades de fora, o que situa uma falta de esperança e o grande número de pessoas deixando seus países de origem buscando trabalho e moradia no exterior.

Até quando ficaremos sujeitos às regras da demagogia ,da falta de representatividade e mais grave ainda sem o aceno do futuro? Ninguém pode prever, mas uma coisa é absolutamente certa e segura. A verdadeira liberdade depende do fator econômico.

Esses pobres países latino americanos degringolaram numa elevada deferência de todo o tipo e sorte de direitos, mas o principal do emprego e
do salário justo, nenhum deles se empenhou. Daí o grau de desequilibrio e forte desigualdade.

Basta para esclarecer esse ponto o absoluto desinteresse dos Países Europeus, em torno de 21 que formam a comunidade econômica, sem tratados com o Brasil e também os norte americanos, os quais buscam na Índia e na china o progresso. Pudera: ambos os países detêm quase a metade da população mundial, quase três bilhões de pessoas, e seus mercados são insuperavelmente nutridos por agentes econômicos seguros.

Enquanto não tivermos a liberdade, não aquela ideológica, ou de fronteiras, mapearemos na cegueira inconsequente de anos de regime de força agora sucedido pela vã esperança e grande ilusão de esquerdas fracassadas e malsucedidas em todo o continente.

Somos muito numerosos e sempre tidos como emergentes, mas se não soubermos administrar nossos recursos e mantivermos poupanças em reservas saudáveis, as chances do naufrágio econômico e político são sempre maiores.

Afinal se mudamos a lei de responsabilidade fiscal para um verdadeiro drible aplicado, tudo comprova que sem juízo o caminho é longo, escuro e sem perspectivas de crescimento com desenvolvimento a médio e curto prazos.

O saudoso Eduardo Galeano que tanto descortinou o modelo da liberdade, da esquerda na América Latina, não poderia imaginar seu pulso de aumento para saciar a fome ideológica das maiorias, mas em contrapartida o vazio de seus pensamentos na confirmação de um futuro promissor.


Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com Especialização em Paris e Bolsista na Alemanha, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Confesso que chorei


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Percival Puggina

Domingo, quando entrei no carro, no final da passeata, chorei convulsivamente, como há muito tempo não fazia. Sim, eu estava sensibilizado pelas muitas e generosas manifestações de carinho que recebi ao longo da tarde, traduzidas em gestos, abraços e fotos com amigos. Mas, principalmente, chorei de felicidade por ver, pela segunda vez, em menos de trinta dias, o meu Brasil diferente. Vi o meu país como sempre quis que ele fosse. Democrático, alegre, mas intransigente com a criminalidade instalada no poder. Antes aos meus 70 anos do que nunca!

Agora, já posso dizer que vi. Vi nossa gente clamando por um país decente. Vi, Brasil afora, milhões saírem de casa para dizer basta! Chega! Já foram longe de mais! Ponham-se no olho da rua, malfeitores!

Os que se acreditavam senhores da Nação, jamais conseguiram mobilizações semelhantes, mesmo que a peso de ouro, mesmo contratando celebridades e promovendo shows, pagando diária, transporte e alimentação.

Por duas vezes, neste mesmo período, tentaram se contrapor e não tiveram eco. Pagaram mico, deram vexame. É difícil reunir fiéis à infidelidade.

O Brasil está atravessando o mar vermelho. O PT está acossado, o petismo acuado pelos próprios pecados, pelos próprios fantasmas.

O PT fez o diabo? Ou foi o diabo que fez o PT?
O que sim sei, e com isso respondo uma pergunta que circulava entre os manifestantes de domingo: essa casa vai cair? Vai, pela irresistível força da gravidade, quando as estruturas de sustentação entram em colapso. E a base do governo está em franca decomposição.

Esse governo não tem como chegar ao fim. Além disso, que Constituição seria essa nossa se servisse para proteger uma quadrilha no poder e não para proteger o povo dessa quadrilha?


Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

O Novo Mito dos Movimentos


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Elio Gaspari

O PT cultiva o mito dos “movimentos sociais”. Em torno das multidões que vão para a rua pedir que ele se vá do governo gravita o novo mito, o dos “movimentos da rua”. Em tese, eles representam as manifestações. Há o “Vem pra Rua”, o “Movimento Brasil Livre”, o “União Contra a Corrupção”, o “Revoltados Online” e o “Pesadelo dos Políticos”. São todos filhotes das redes sociais que já levaram perto de três milhões de pessoas para as ruas sem que tenham distribuído uma só quentinha. Pelo contrário, geraram um mercado de ambulantes e em São Paulo uma espiga de milho cozida custava R$ 5.

Salvo os gritos contra a corrupção e o “Fora Dilma”, esses movimentos pouco têm a ver um com o outro. A maioria deles esclarece que não propõe iniciativas fora da Constituição. Mesmo assim, produzem-se excentricidades. Na Avenida Paulista havia um carro de som com cartazes em inglês e um orador que discursava também em inglês, ajudado por um tradutor. Denunciava a tentativa de bolchevização da América Latina. Mais adiante, noutro caminhão, havia personagens vestindo roupas de camuflagem militar. Um deles, no sol, com capacete de combate.

Quem foi para a rua seguiu um impulso para manifestar-se contra o governo e o PT. Fora daí, por enquanto, o aparelho que os conduziu pode ter sido um Samsung ou talvez um iPhone. O meio foi irrelevante, a essência esteve na mensagem: “Fora Dilma”.

Tudo bem, resta saber como. Admitindo-se que até agora três milhões de pessoas tenham ido às ruas para pedir que a doutora seja dispensada, faltam 500 mil para cobrir apenas a diferença entre sua votação e a de Aécio Neves (54,5 milhões x 51milhões). Ficando-se nos números do Datafolha, 63% dos entrevistados querem que se abra um processo de impedimento. Nesse grupo, um terço não sabe quem irá para o lugar. Entre eles, metade não sabe quem é Michel Temer. Só 12% dos entrevistados juntaram lé com cré.

Quem votou em Dilma e está arrependido poderá cobrar uma parte da conta na eleição municipal do ano que vem. O PT tem 22 prefeitos nas 85 cidades com mais de 200 mil eleitores. É petista o prefeito da cidade onde fica a Avenida Paulista. A fatura final só poderá ser cobrada em 2018. Fica o argumento de que Fernando Collor foi posto para fora no meio do mandato. Levado às últimas consequências, esse paralelo joga uma urucubaca sobre o sistema democrático brasileiro, pois, nesse caso, de cada quatro presidentes, dois não conseguem concluir seus mandatos.

Sabendo-se que Lindberg Farias, o líder dos cara-pintadas do movimento de 1992, é hoje um senador (PT-RJ) e compartilha com o colega Fernando Collor a lista do procurador Rodrigo Janot, pode-se concluir que a política brasileira foi mal, mas os produtos dos movimentos estão no mesmo barco.

A doutora Dima ainda não sabe o que fazer com a rua. Enquanto busca uma resposta, pode botar seu governo para funcionar. No início do mês, ela determinou que seus 39 ministros não usassem os jatinhos da FAB para viajar aos seus estados nos fins de semana. Três deles já driblaram a proibição. Um, com 12 convidados para um evento que durou três horas. O pessoal que paga a conta e vai pra rua voa na rede comercial.


Elio Gaspari é Jornalista. Originalmente publicado em O Globo em 15 de abril de 2015.

Inadimplência em alta - conheça os pecados que levam ao problema


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Reinaldo Domingos


Em março, aproximadamente 54,7 milhões de consumidores brasileiros estavam com os nomes negativados, isto é, inscrito no SPC. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Esse número representa um aumento de 3,76% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, o mais assustador é que a quantidade de inadimplentes equivale a 37,5% da população economicamente ativa entre 18 e 95.

Os números alarmantes nós já sabemos e muitos irão rapidamente relacionar o momento de crise e instabilidade econômica que vivemos como o principal problema. Com certeza, isso tem reflexo nos números, mas repare que, mesmo antes desse período de dificuldades, a quantidade de inadimplentes já era alta. Enfim, existem outros fatores que geram essa situação e, para melhor entendimento, decidi detalhar os sete principais pecados que levam as pessoas a se tornarem inadimplentes:

Falta de educação financeira: sem possuir educação financeira, as pessoas não conhecem sobre a importância do dinheiro e as formas corretas de utilizá-lo, então, ficam a um passo das dívidas. Isso acontece com a maior parte da população, pois nem os pais e nem as escolas ensinam isso para as crianças e adolescentes e depois que crescem, ficam expostos a sociedade de consumo, na qual esse tipo de informação não é interessante. O caminho para sair desta situação é buscar cursos e livros sobre o tema. Também é fundamental a preocupação com as crianças, ensinando de forma lúdica e solicitando a inserção deste nas escolas.

Falta de planejamento: as pessoas não sabem para onde vai o dinheiro que recebem e não possuem controle. Isso é reflexo direto do pecado anterior, as pessoas ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superficial, não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas sim nos pequenos. Para evitar que isso ocorra, o correto é o preenchimento de uma caderneta diária de todos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses, conhecendo, assim, os seus verdadeiros números.

Marketing e publicidade: a suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que elas não precisam. Isso acontece diariamente por meio de ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário. O caminho para evitar esse problema é não comprar por impulso; o ideal é se questionar se realmente precisa desse produto, qual a função que terá em sua vida, etc. Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto.

Crédito fácil: buscar ferramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários, financiamentos, limite do cheque especial ou pagar o mínimo de cartão de crédito já é uma forma de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, contudo, os juros cobrados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. Assim, a solução é evitar esses meios. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um e, em caso de descontrole, até mesmo eliminar. Também é interessante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários.

Parcelamentos: ao parcelar as compras, as pessoas não percebem que já estão se endividando. Para piorar, muitas vezes, o consumidor esquece de colocar esses valores no orçamento, o que pode comprometer seriamente as finanças. Um parcelamento, na verdade, é uma forma de crédito, pois você está usando um dinheiro que não possui para comprar um produto. Caso seja fundamental parcelar, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que sempre que receber seus rendimentos, separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores.

Falta de sonhos: não ter objetivo para o dinheiro causa inadimplência. Se a pessoa não tem determinado o objetivo para o dinheiro, gastará de forma irresponsável, levando ao endividamento. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de sonharem, vivendo apenas o presente. Para sair deste problema, é recomendável fazer um exercício simples, refletir sobre quais são realmente os seus sonhos, o que se quer para o futuro. Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e determinar parte de seu dinheiro, quando recebê-lo para esse fim. Com isso em mente, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e crédito fácil.

Necessidade de status social: acreditar que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter condições. Isso porque acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela realmente é. Isso é um valor errado de que ter produtos é sinônimo de felicidade. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produto.

Ao citar esses sete erros que levam à inadimplência, não quer dizer que não existam outros, mas acredito que esses sejam vitais para que uma pessoa ou família se atentem. Quem investe em seus conhecimentos, tem maior chance de se dar bem na vida e, quem tem a educação financeira como um dos requisitos básicos para se viver bem, certamente, poderá desfrutar muito melhor desta vida. Enfim, vamos todos investir em nossa saúde financeira para dar sustentabilidade às nossas principais saúdes: física, mental e espiritual.

Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e autor de diversas obras sobre o tema dentre as quais o best-seller Terapia Financeira.

Organizações Não-Governamentais


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I.S. Azambuja

“O Estado tem que ser aberto. Um Estado poroso, para que as organizações da sociedade civil tenham presença; as chamadas Organizações Não-Governamentais, que foram olhadas com muita desconfiança pela burocracia” (Fernando Henrique Cardoso, revistaEsquerda 21, nº 2, janeiro/fevereiro de 1996)

Os pós-marxistas apresentam-se como cientistas sociais. O controle da moda intelectual, as conferências, as publicações, as verbas de pesquisa, dão-lhes uma importante base de Poder, mas uma base de Poder que é, em última análise, dependente, evitando o conflito com os seus financiadores internos e externos              

A proliferação de Organizações Não-Governamentais (Ongs) fez-se sentir a partir do final dos anos 80 e início dos 90. A queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989, e o fim da União Soviética no dia de Natal de 1991, trouxeram como decorrência o fim do que até então era conhecido como "socialismo real". Foi a senha para a passagem da política de classe contra classe para a de desenvolvimento comunitário. Para a passagem do marxismo às Ongs, em nome do "fortalecimento da sociedade civil", da "educação popular", do "treinamento profissional", etc.

Em todos os países, seja nos EUA ou na Europa, as Ongs foram recrutar boa parte de seus militantes nas fileiras da Esquerda, que havia ficado sem rumo e atarantada após ter sido abandonada pelo comunismo. A partir de então, a grande maioria dos antigos militantes que, segundo James Petras (escritor marxista) podem ser denominados "pós-marxistas", engajaram-se num projeto de novo tipo: o das Organizações Não-Governamentais.

Nos anos 70, as Ongs eram consideradas espaços institucionais que funcionavam como uma espécie de canal de participação política para os diferentes grupos sociais.

Ao longo das décadas de 80 e 90, elas proliferaram em toda a América Latina, EUA e Continente Africano, e a sua importância como formuladoras e executoras de projetos de desenvolvimento aumentou consideravelmente face à crise econômica que desde os anos 80 afeta os países da América Latina e do continente africano.

A verdade é que as Ongs passaram a fomentar um novo tipo de colonialismo cultural e econômico de dependência, pois os projetos são elaborados, ou pelo menos aprovados, segundo as diretrizes de prioridades dos países que doam as verbas, sendo administrados e "vendidos" às comunidades. As posteriores avaliações são realizadas também por essas instituições ou por agências dos governos estrangeiros que doaram as verbas.

Para legitimar seus papéis de "funcionários das Ongs", os agora "pós-marxistas" tornaram-se peritos na elaboração e busca de ajuda financeira para seus projetos e, depois, do seu fiel cumprimento, conforme as diretrizes emanadas pelos donos do capital. A maioria desses projetos, todavia, não tem qualquer impacto econômico significativo, tanto sobre o Produto Nacional Bruto dos países onde são aplicados, quanto sobre a pobreza. Suas atividades têm outro tipo de impacto, pois as conferências, publicações, verbas para pesquisas, etc, dão-lhes importante base de poder, embora seja um poder dependente dos financiadores internos e externos.

O fato é que as Ongs, na verdade, não são "não-governamentais", pois recebem verbas dos governos nacionais e estrangeiros, trabalhando, na realidade, como empreiteiras particulares; os programas que executam não são da responsabilidade de pessoas locais, mas dos doadores. Essas atividades, é evidente, prejudicam cada vez mais a noção de que são os governos que têm a obrigação de cuidar de seus cidadãos.

Todavia, com a desregulamentação progressiva das relações de trabalho e da degradação dos serviços públicos - como saúde, educação, habitação e seguridade social - os Estados vêm abrindo mão de suas responsabilidades, deslocando-as para a esfera privada, deixando a cargo das Ongs e da "mão invisível do mercado" a obtenção do bem-estar social, substituindo, assim, o princípio da justiça social pela caridade privada.

Como conseqüência, as Ongs disputam com os partidos a busca de influência entre os desfavorecidos, mulheres, pessoas racialmente excluídas, etc. Em tudo isso, uma questão parece ser básica: o aumento do número dessas entidades não tem diminuído a pobreza, a criminalidade e a miserabilidade.

A revista Veja, em uma reportagem publicada em 9 de fevereiro de 1994, divulgou o perfil das Ongs nacionais, revelando a existência de cerca de 5 mil entidades desse tipo, das quais 40% dedicadas ao meio ambiente. Essas entidades, já então, empregavam cerca de 80 mil pessoas, das quais 87% tinham nível superior e 76% viviam exclusivamente do trabalho nessas Ongs. Hoje o número de Ongs no Brasil ascende a 276 mil!

Somente o Ministério da Educação repassa anualmente 315 milhões de reais para as Ongs conveniadas. Elas são responsáveis por cerca de 30% dos l,5 milhão de jovens e adultos que, segundo o próprio governo, são contados anualmente nas estatísticas do Programa Brasil Alfabetizado como números consolidados.

Na sua primeira audiência pública, realizada em 25 de outubro de 2007,. a CPI das Ongs chegou a uma conclusão: não existe controle nem na aplicação nem na prestação de contas do dinheiro federal distribuído a essas organizações não-governamentais. O então procurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, afirmou que chega a R$ 12 bilhões o total de recursos repassados nos últimos anos sem prestação de contas ou que não foram auditados pelo governo (http://www.claudiohumberto.com.br/).

Segundo alguns experts, existem mais Ongs dedicadas ao trabalho com meninos de rua do que, propriamente, meninos de rua. Essas Ongs recebiam cerca de 33 bilhões de reais do governo por ano. Somente em assuntos ligados à Amazônia são 100 mil Ongs! Cada Ong que tem convênio com o governo, independente do valor extorquido do contribuinte, leva mais de R$ 100 mil em "custos administrativos", revelou o Ministério do Planejamento à CPI das ONGs.

Um exemplo do total descontrole governamental é o caso de uma Ong voltada à assistência de saúde da tribo Yanomami, que fechou após obter a soma de R$ 33,8 milhões da Funasa. A entidade, chamada Urihi, foi inaugurada com o único propósito de receber verbas do governo. Nenhum relatório foi encontrado com as prestações de contas da suposta assistência que a Urihi diz ter prestado aos Yanomami. A Urihi é apenas uma das dez Ongs que tiveram a escrituração varejada por auditores do Tribunal de Contas da União. Firmaram com o governo 28 convênios. Encontraram-se irregularidades em 15 Ongs. Juntas, as entidades fiscalizadas beliscaram dos cofres públicos R$ 150,7 milhões. As liberações ocorreram em ambiente de absoluto descontrole.
 
Na língua dos Yanomami, a palavra Urihi designa território. “Ipa urihi” significa, para os índios, “minha floresta.” O território da Ong foi o bolso do contribuinte. Trafegou com rara desenvoltura pela floresta de rubricas que nascem do Orçamento da União (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2007-10-28_2007-11-03.html#2007_10-29_03_48_37-10045644-27 ).

O então Secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc Baunfeld, do Partido dos Trabalhadores - um "pós-marxista", ex-militante do MR8, que chegou a ser preso e banido do país em troca da liberdade de um embaixador seqüestrado - foi sincero. Afirmou que "as Ongs ocupam o vácuo deixado pela crise das ideologias e pela falência do comunismo".

Todavia, o certo é que o governo Lula vetou um dispositivo da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias, que exigia licitação para a escolha de Ongs contratadas para prestar serviços à comunidade. Isso induziu a uma farra com o dinheiro público, pois mais de duas mil Ongs receberam dinheiro do governo. A CUT, por exemplo, recebeu 29 milhões de reais entre 2004 e 2006 e a UNE 154 milhões em três anos. No primeiro mandato do Lula as Ongs receberam do governo 14 bilhões de reais, sem concorrência e sem qualquer tipo de controle. Uma farra!

A reportagem da revista Veja concluiu por confirmar a dependência externa das Ongs brasileiras: 80% dos 700 milhões de dólares movimentados anualmente por elas provinham de doações do exterior, assinalando que o Banco Central não tem qualquer controle sobre a entrada no país desses “ecodolares. Além do mais – e isso não consta da reportagem da Veja – não são poucas as Ongs que não passam de fachada para a lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, biopirataria e até de agências de Inteligência de alguns países do Primeiro Mundo.

Segundo uma outra reportagem, o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), liberou a quantia de 367 mil reais de um convênio de 3,6 milhões a uma Ong que mantém um asilo de idosos no interior de São Paulo, para dar cursos de qualificação a jovens, mas os cursos só seriam criados a partir de março de 2008. E mais: a Ong do asilo teve que alterar seus estatutos. Essa Ong, por coincidência, é presidida por um pedetista.

Em Guarulhos. outra Ong assinou, em dezembro de 2007, um convênio de 5,5 milhões com o Ministério do Trabalho para a qualificação profissional de jovens. Acontece que somente em janeiro de 2008 essa Ong começou a contratar funcionários para dar início ao processo de licitação para abrir os tais cursos. Tudo isso fez com que Marcílio Marques Moreira , então presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República pedisse demissão do cargo por não ser atendido em sua recomendação de demissão do Ministro do Trabalho (jornal O Globo, 26 de fevereiro de 2008), cuja permanência no cargo fortalece a base política do governo.

Em O Globo de 29 de fevereiro de 2008, o presidente Lula disse que as acusações contra o ministro Lupi são “uma bobagem(...) Ele está mostrando um comportamento mais republicano (sic) que um ministro tem mostrado” http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/02/28/lula_rebate_acusacoes_contra_lupi-426001897.asp).

Finalmente, em setembro de 1995, em um seminário sobre o Movimento Ambientalista no Brasil, realizado em Brasília, a diretora-executiva do capítulo brasileiro da Ong norte-americana “The Nature Conservancy”, Ângela Tresinati, reconheceu a subordinação das Ongs nacionais ao exterior: “Nós precisamos compreender que as ONGs doadoras de lá também são recebedoras de doações e essas exigências vêm das fontes de origem dessas doações”.

Anteriormente, também em uma entrevista publicada na Veja de 2 de julho de 1988, Eduardo Martins, então presidente do IBAMA, fez uma crítica às Ongs ambientalistas brasileiras, acusando-as de “trabalhar com uma agenda importada”, deixando de lado os problemas ambientais do país, que, segundo ele, estão nas grandes cidades e não nas florestas. O presidente Lula foi mais direto.

Em 30 de janeiro de 2008, falando sobre o aumento do desmatamento na Amazônia criticado por Ongs internacionais que associaram o aumento do desmatamento à expansão da fronteira agrícola, sugeriu que essas Ongs fossem “plantar árvores em seus países”. 


Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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